O Comitê Nacional de Mulheres do Sistema OCB, Elas Pelo Coop, anunciou a chegada de mais três integrantes em seu quadro. O colegiado realizou reunião no dia 20/07. Os trabalhos foram conduzidos pela coordenadora, Luzi Jorge Reis Vergani, e mediados pela analista de Desenvolvimento de Cooperativas, Divani Ferreira. As mulheres aproveitaram para compartilhar experiências inspiradoras que podem ser reverberadas na composição dos comitês estaduais e das cooperativas.
A gerente da Cooperativa de Produtores Exportadores do Vale do São Francisco (Coopexvale) e representante do estado de Pernambuco, Juscileide Vieira, foi a primeira a expressar seu contentamento ao receber o convite para integrar o Elas Pelo Coop. “É um desafio muito grande estar neste comitê recheado de mulheres inspiradoras. Espero contribuir para que ele se fortaleça cada vez mais”, declarou.
A nova representante da Paraíba, Lorena Barbery, disse que pretende contribuir para que esse movimento de mulheres se desenvolva e alcance seus objetivos. “Fiquei muito feliz em poder estar junto dessas mulheres que eu tanto admiro”, ressaltou a assessora de Desenvolvimento do Cooperativismo da Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução.
Já a coordenadora do Comitê Estadual de Mulheres do Pará, Cirede Genane Urach Carloto, da Coopernorte (Cooperativa Agroindustrial Paragominense), salientou que vê diversas oportunidades de integração dos trabalhos em especial na constituição de comitês de mulheres nas coops.
Divani Ferreira recomendou às novatas que se integrem sobre o que já foi feito e o que vem sendo realizado e reforçou a todas a necessidade de se manterem atualizadas em suas capacitações. Ela recomendou que cursem as diversas trilhas disponibilizadas de forma gratuita na plataforma de aprendizagem CapacitaCoop. "São mais de 140 cursos gratuitos para que vocês possam se desenvolver profissionalmente e pessoalmente. São cursos sobre Liderança Feminina, Liderança Inclusiva, Protagonismo, Produtividade e Gestão do Tempo, Comunicação Assertiva, entre outros. Estes cursos contribuem para nossa formação. Fiquem atentas que na próxima semana a plataforma contará também com o curso sobre Vieses Inconscientes”, destacou.
Fabiana Andrade (RO), secretária executiva do Elas pelo Coop, contribuiu com sua expertises ao acessar a plataforma capacitacoop a fim de fazer seu CARD de atuação e metas. Segundo ela, é muito importante contar com a diversidade de cursos gratuitos e a disposição do nosso desenvolvimento.
A secretária executiva suplente do comitê, Nadya Bronelle (ES), relatou sua experiência em palestrar sobre o protagonismo feminino em evento promovido em seu estado. “Foi muito gratificante e emocionante. Queremos aumentar a participação das mulheres no Espírito Santo e, por isso, devemos dar mais visibilidade as que atuam dentro de nossas cooperativas e Organizações Estaduais. Nossos cargos dentro do “Elas pelo Coop” devem ser mais apresentados em nossos estados e organizações da OCB, porque isso abre novas portas”, iniciou.
Ela contou sobre a criação do núcleo feminino da cooperativa que integra, a Cooabriel, ativo desde 2009 e que congrega 60 mulheres. “No final de 2023, teremos novas integrantes e nossa estratégia será dividida em quatro etapas: Identificação/pertencimento; preparação/integração; formação (cooperadas ou não); desenvolvimento de lideranças (para cooperadas), para que elas assumam cargos de liderança dentro das cooperativas. Isso demonstra para a nossa diretoria que temos o pé no chão e que beneficiamos o movimento ao agregar mais mulheres, aumentando a fidelidade e o número de associados”.
A OCB/MS implementou recentemente seu comitê estadual. “Estamos felizes e logo na primeira reunião abordamos a questão do ESG e falamos muito sobre sustentabilidade, parte social e governança, que são tão fundamentais para promover igualdade de gênero na sociedade como um todo. Falamos ainda sobre combate ao assédio, equiparação salarial, e outros temas relevantes. Começamos com o pé direito e nosso próximo encontro será no dia 15 de agosto”, informou segundo Mirtes Moreno, integrante do colegiado.
Representatividade
Prestigiando o encontro, a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas Débora Ingrisano fez exposição para instigar a implementação de núcleos femininos nas cooperativas. “Nosso comitê tem quatro pilares que devem estar na ponta da língua para passarmos informações precisas. Unificar este discurso sobre o que fazemos é importante para fortalecer o comitê”, salientou.
Sobre os quatro pilares do Elas Pelo Coop, a gerente pediu um olhar atento ao que foi feito na elaboração de diretrizes, formação, representação e intercooperação. "Se queremos promover engajamento, temos que ser claras ao dizer que elaboramos e avaliamos diretrizes; somos formadas como alunas, instrutoras, professoras e palestrantes; fazemos a representação institucional do cooperativismo e dominamos o tema; e fazemos intercooperação quando trocamos umas com as outras informações e experiências”, salientou.
Ela recomendou, assim como Divani, os cursos da Capacitacoop e convidou todas a cursarem o que será lançado sobre Viéses Inconscientes. “Este é muito importante para ressignificar a informação de que apenas homens, altos, grisalhos e brancos podem liderar empresas, cooperativas e governos. Existem outras informações que estão em nosso subconsciente e que precisam mudar para termos uma sociedade mais justa e igualitária. Com mulheres nos palcos, nas cooperativas e com um bom recurso isso vai mudar”, completou.
Debora trouxe dados do último Censo do IBGE, que indicam menos 10 milhões de pessoas na população brasileira e que pode estar atrelado ao fato de que as mulheres estão mais focadas nos estudos e carreira, optando pela não-maternidade, o que é um direito delas, dada a falta de contribuição, em alguns casos. “Isso acontece porque somos nós mulheres quem primeiro decide sobre ter filhos. O que isso tem a ver com liderança e comitê feminino? Tudo! Temos mais mulheres no mercado de trabalho com menos filhos”, disse.
Ainda segundo a gerente, as mulheres também estão estudando mais. “ Prova disso é que 54% dos estudantes de mestrado e doutorado são mulheres. Em paralelo, elas são responsáveis pela administração da casa, com destaque para o crescimento dos lares chefiados por mães solo, que atingiram 11,3 milhões dos 75,3 milhões de domicílios existentes no Brasil. Então, se somos boas alunas, boas professoras, logo vamos ocupar mais palcos e nossas filhas, por exemplo, verão que elas têm possibilidade de serem CEOs ou o que quiserem ser”, engajou.
Para isso, segundo Debora, as representantes do Elas Pelo Coop precisam provocar seus dirigentes para falar sobre a participação delas e os trabalhos desempenhados pelo comitê em eventos regionais das Organizações Estaduais, das cooperativas, das associações comerciais e até mesmo de governos. “Vamos compartilhar com todos e catalogar nossas boas ações que podem inspirar outras mulheres. Nós mulheres temos que ser humildes, mas não modestas”, complementou.
A gerente também concordou sobre a existência de um grande desconforto quando se quer incluir mulheres na liderança, destacado por Angelita, que é presidente do Conselho de Administração da Sicredi Conexão, mas lembrou que todas têm seu papel e que nenhum é menos importante. “Tanto o fundo do palco quanto à frente dele temos mulheres incríveis atuando. Ou seja, umas como palestrantes outras nos bastidores, e não menos importantes. Ela finalizou sugerindo a criação de um movimento a ser chamado Puxe mais uma cadeira, a fim de dar oportunidade às mulheres que, mesmo competentes, ainda não ganham espaço em conselhos, nos palcos. “Não precisa tirar cadeiras, basta puxar mais uma cadeira para uma mulher”, concluiu.
A próxima reunião do comitê está prevista para 28 de setembro.